O periparto é o período de maiores alterações no metabolismo de vacas leiteiras, constituindo um desafio para o organismo animal, pois 75% das doenças ocorrem nos primeiros 30 dias pós-parto. Isto é em parte atribuído à redução na função imune que ocorre, aproximadamente, de duas semanas antes até três semanas após a parição. Sendo que a resistência à insulina, redução na ingestão de matéria seca, balanço energético negativo (BEN) e a perda de peso são fatores que contribuem na duração e redução da imunidade. Dentre os problemas reprodutivos que ocorrem nesta fase, destacam-se as infecções uterinas, que estão onipresentes no pós-parto de bovinos leiteiros com incidência de 2-5% de retenção de placenta, 25 - 40% de metrite, 20% de endometrite clínica, 10-30% de endometrite citológica, entre 30 e 60 dias pós-parto, além da cervicite com incidência entre 15 e 40% em rebanhos leiteiros aos 30 DPP. Em suma, essas doenças afetam cerca de metade das vacas leiteiras no pós-parto e causam infertilidade. Portanto, a definição de critérios rigorosos para o diagnóstico, tratamento e prevenção destas enfermidades no pós-parto de vacas leiteiras continua sendo um desafio para a comunidade científica. Neste contexto, o presente projeto objetiva-se em estudar as respectivas doenças em relação a sua etiologia, patogenia, fatores predisponentes, diagnóstico, tratamento e prevenção, além da sua relação com a resposta imune inata e humoral, hematologia e bioquímica sérica. Pretende também Identificar metabólitos séricos no periparto de vacas leiteiras mestiças que interferem na imunidade inata uterina, incidência de infecções uterinas e eficiência reprodutiva e propor medidas preventivas para reduzir os problemas na saúde dos bovinos nesta fase do periparto.