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Resumo: Para que os equinos consigam suportar o peso corporal por longos períodos, sem que sofra fadiga, a flexão do joelho e do tarso devem ser impedidas, o que é obtido através da chamada sustentação passiva. Durante a deambulação, caso exista a falha de liberação desse mecanismo, o animal irá apresentar o membro afetado estendido em posição abduzida caudalmente com o boleto flexionado. Essa condição é conhecida como fixação dorsal de patela que em casos graves o único tratamento indicado é a desmotomia patelar medial. Objetivou-se com este estudo, investigar os agravos musculares causados ao membro pélvico, após comprometimento parcial do aparelho de sustentação passiva, em equinos submetidos a cirurgia de desmotomia patelar medial, por meio do uso da técnica de eletromiografia de superfície. Utilizou-se neste estudo, cinco equinos, sem predileção por sexo ou raça, sob queixa de fixação dorsal de patela e sem indícios de qualquer outra patologia concomitante. Para análise, foram procedidas aferições pré-operatória e pós-operatórias imediata, 24 horas, 7, 14 e 21 dias, com o auxílio de um eletromiógrafo de superfície computadorizado. Para a captação dos sinais, foram utilizados dois eletrodos de superfície, posicionados nos músculos vasto lateral, tensor da fáscia lata, bíceps femoral (cabeça caudal) e semitendíneo, bilateralmente. As coletas ocorreram de forma individual, em repouso, durante 60 minutos divididos em três segmentos de 20 minutos, a fim de calcular a média de aferição, a partir da análise do root means square (RMS). Como resultado, notou-se que a média pré-operatória de descanso em apoio tripedal foi de aproximadamente 62%. Em contrapartida, a troca de apoio e descanso nos tempos pós-operatórios não ocorreram. Além disso, constatou-se que a necessidade de recrutamento muscular pós-cirúrgico foi maior com o passar do tempo. Desta forma, concluiu-se que os animais submetidos a desmotomia patelar medial, neste estudo, apresentaram incapacidade de se manter em apoio tripedal no período do estudo, além de maior necessidade de recrutamento de fibras musculares, demonstrado pelo aumento gradual do traçado eletromiográfico e valor de RMS total dos músculos avaliados, com seu ápice aos 21 dias pós-operatório.

Abstract: To enable equines to withstand body weight for extended periods without experiencing fatigue, the flexion of the knee and hock must be prevented, achieved through the concept of passive support. During ambulation, if there is a failure to release this mechanism, the affected limb will be extended in a caudally abducted position with the fetlock flexed. This condition is known as dorsal patellar fixation, and in severe cases, the only indicated treatment is medial patellar desmotomy. The objective of this study was to investigate muscle impairments in the pelvic limb after partial compromise of the passive support apparatus in horses undergoing medial patellar desmotomy surgery, using surface electromyography (EMG) techniques. Five horses, with no preference for gender or breed, presenting complaints of dorsal patellar fixation and no evidence of any other concurrent pathology, were included in the study. Preoperative and immediate postoperative, as well as 24 hours, 7-, 14-, and 21-days postoperative assessments were conducted using a computerized surface electromyograph. For signal acquisition, two surface electrodes were placed bilaterally on the vastus lateralis, tensor fasciae latae, biceps femoris (caudal head), and semitendinosus muscles. Individual collections were performed at rest for 60 minutes, divided into three segments of 20 minutes each, to calculate the mean measurement through root mean square (RMS) analysis. Results indicated that the preoperative average of tripedal support at rest was approximately 62%. In contrast, the variation in support exchange and rest in the postoperative periods was nonexistent. Additionally, it was observed that the postoperative muscle recruitment needs increased over time. Consequently, it was concluded that horses undergoing medial patellar desmotomy in this study exhibited an inability to maintain tripedal support during the study period, along with a greater need for muscle fiber recruitment, as demonstrated by the gradual increase in electromyographic traces and total RMS values of the evaluated muscles, reaching its peak at 21 days postoperatively